Tudo começou em 1929, com uma grande crise económica – a Grande Depressão de 1929 -, que abalou o mundo, provocando enormes conflitos sociais e políticos. Milhares de empresas entraram em falência, o desemprego aumentou de forma inimaginável, e deu-se uma súbita e imprevisível descida dos preços. Esta crise foi, em grande parte, responsável pelas condições de instauração do regime ditatorial na Alemanha, que defendia uma política expansionista.
O Partido Nazi (Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores), chefiado por Adolf Hitler, contava com o apoio dos desempregados, da burguesia e dos opositores ao Partido Comunista, e manifestava-se através de actos de força e violência das suas tropas. Assim, a 30 de Janeiro de 1933, o Partido Nazi vence as eleições, sendo Hitler nomeado Chanceler (primeiro-ministro) alemão.
Com Hitler no poder, a Alemanha tornou-se cada vez mais agressiva, o Tratado de Versalhes, celebrado após a Primeira Guerra Mundial, e que impusera condições humilhantes à Alemanha, passou a ser ignorado e a Sociedade das Nações foi abandonada. Hitler preparava-se para agir violentamente, através de uma planificação meticulosamente preparada, que seria executada de forma brutal.
Assim, ainda em 1933, começou a construir-se o primeiro campo de concentração, em Dachau, no sul da Alemanha. Após a morte do Presidente da República alemão, Hitler passou a acumular os cargos de Chanceler e de Presidente da República, a partir do dia 2 de Agosto de 1934, tornando-se o Fuhrer (condutor, guia) da Alemanha.
A 15 de Setembro de 1935, estabeleceram-se as Leis de Nuremberga, que negavam aos Judeus a nacionalidade alemã e os proibiam de casar com alemães, tendo em vista a protecção da raça ariana.
A 7 de Março de 1936, Hitler ocupou e remilitarizou a zona alemã da Renânia, que havia sido desmilitarizada pelo Tratado de Versalhes. Em Junho desse ano, construiu-se mais um campo de concentração, o de Sachsenhausen, na Alemanha. A 25 de Outubro, Hitler celebrou um pacto militar com a Itália (Eixo Berlim-Roma) e, posteriormente, com o Japão, constituindo uma aliança de regimes ditatoriais, que ficou conhecida pelo “Eixo”.
A 15 de Julho de 1937, abriu mais um campo de concentração, o de Buchenwald.
A 13 de Março de 1938, a Áustria e a região dos Sudetas (província fronteiriça da Checoslováquia) foram anexadas à Alemanha e a 30 de Setembro deste ano, na Cimeira de Munique, a França e a Grã-Bretanha reconheceram esta anexação. No dia 1 de Agosto, foi criado o Departamento de Emigração Judaica, para forçar os Judeus a abandonar a Alemanha e a Áustria. A 28 de Outubro, 17 000 Judeus polacos residentes na Alemanha foram expulsos. Em Novembro, aconteceu a Kristallnacht (Noite de Cristal). Aqui, deram-se as primeiras grandes perseguições aos judeus, na Alemanha, Áustria e Região dos Sudetas. Os resultados foram devastadores, as tropas nazis destruíram mais de 200 sinagogas, 7500 lojas de Judeus foram roubadas, 30 000 Judeus do sexo masculino foram enviados para os campos de concentração já construídos (Dachau, Buchenwald e Sachsenhausen). Mais tarde, os Judeus alemães tiveram que pagar um montante descomunal de dinheiro, pela destruição causada na Noite de Cristal, responsabilidade que lhes foi atribuída pelo governo de Hitler. Ainda em Novembro, todos os Judeus foram obrigados a entregar os seus negócios aos alemães e foram expulsos das escolas alemãs.
No dia 30 de Janeiro de 1939, Hitler, no Parlamento, afirmou “Se a guerra começar, isso significará o extermínio dos Judeus europeus”. As tropas alemãs ocuparam toda a Checoslováquia e exigiram que a Polónia cedesse territórios. A França e a Grã-Bretanha, até ao momento, tinham seguido uma política de apaziguamento em relação à Alemanha. Por medo ou passividade, foram fazendo concessões à custa de países mais fracos, não reagindo às ousadias de Hitler. Porém, a partir deste ponto, a França e a Grã-Bretanha decidiram que, ao próximo golpe de força da Alemanha, lhe declarariam guerra. Tentaram negociar um acordo com a URSS, mas, entretanto, Estaline tinha assinado um pacto de não-agressão com Hitler (Pacto Germano-Soviético). Quando, a 1 de Setembro de 1939, o exército alemão invadiu a Polónia, a Grã-Bretanha e a França declararam, então, guerra à Alemanha. Era o início da Segunda Guerra Mundial.
A 28 de Outubro, estabeleceu-se em Varsóvia, capital da Polónia, o primeiro ghetto, onde os judeus foram isolados do mundo exterior, separados por um muro. A partir de 23 de Novembro, os Judeus alemães e polacos passaram a ser obrigados a usar, no braço, uma estrela de David amarela.
Em Abril de 1940, a Alemanha ocupou a Dinamarca e a Noruega. Em Maio, invadiu os Países Baixos e a França. A França acabou por se render, em Junho, assinando o armistício com a Alemanha.
A 7 de Maio, no ghetto de Lodz, na Polónia, viviam 165 000 pessoas em apenas 1,6 km2. Foi também em Maio que abriu o mais conhecido campo de concentração, o de Auschwitz, na Polónia.
Tendo quase toda a Europa Ocidental dominada, Hitler pretendia conquistar o último grande resistente, a Grã-Bretanha. O confronto decisivo – a Batalha de Inglaterra – travou-se no espaço aéreo do Canal da Mancha e das Ilhas Britânicas, no Verão de 1940. A força aérea inglesa, auxiliada pelo radar (invenção recente), infligiu a primeira grande derrota à força aérea alemã, impossibilitando a entrada do exército alemão em solo britânico.
Em Novembro de 1940, viviam 500 000 pessoas no ghetto de Varsóvia, em condições deploráveis de fome e doenças.
Em Fevereiro de 1941, as autoridades alemãs começaram a cercar os Judeus polacos, transferindo-os para o ghetto de Varsóvia. Em Abril, o Eixo Berlim-Roma ocupou a Jugoslávia e a Grécia.
Em Junho, a Alemanha rompeu o Pacto Germano-Soviético e invadiu a URSS. A poderosa ofensiva das suas tropas aniquilou cerca de um terço do Exército Vermelho (exército soviético), que se encontrava mal organizado e mal equipado. Enquanto decorriam os combates na URSS, o Japão ocupava alguns territórios na China e na Indochina. Porém, os Estados Unidos tinham grande influência e poder no Extremo Oriente, e tentavam dificultar o rearmamento ao Japão.
Por isso, a 7 de Dezembro de 1941, o Japão atacou, de surpresa, a base naval americana de Pearl Harbor, no Havai. Metade da frota americana do Pacífico foi destruída. Este ataque levou a que os Estados Unidos da América entrassem na guerra, ao lado dos Aliados. Era a mundialização do conflito.
A 31 de Julho, o comandante das autoridades alemães, Heinrich Himmler, foi autorizado a dar início à execução da “Solução Final”, ou seja, o aniquilamento de milhões de Judeus.
Em Outubro de 1941, deu-se a abertura do campo de concentração Auschwitz II (Auschwitz-Birkenau), para o extermínio de Judeus, Ciganos, Homossexuais, Polacos, Russos, entre outros. A 8 de Dezembro, começaram as operações de extermínio no campo de concentração Chelmno, na Polónia.
Em 1942, começou a pôr-se cada vez mais em prática o plano de genocídio dos Judeus europeus.
A 17 de Março, o extermínio começou em Belzec, um campo de concentração polaco, onde, só em 1942, 600 000 Judeus foram mortos. Em Maio, no campo de Sobibor, na Polónia, começou o extermínio com gás Zyklon-B.
A 22 de Julho, abriu o campo de concentração polaco de Treblinka, com o objectivo de matar Judeus oriundos da Bélgica, Croácia, França, Holanda e Polónia.
Na União Soviética, continuava o confronto entre os exércitos Vermelho e alemão. Em Estalinegrado, os soviéticos resistiram, até à chegada do rigoroso Inverno russo, que em muito contribuiu para a derrota alemã.
Com a ajuda do “General Inverno”, os alemães foram cercados e aniquilados em Janeiro de 1943, numa vitória grandiosa considerada uma reviravolta na guerra. Em Maio, o Eixo foi derrotado em África. O caminho para a Europa estava aberto. Os Aliados desembarcaram na Sicília e libertaram a Itália.
Em Junho de 1943, Himmler ordenou a liquidação de todos os ghettos na Polónia. Em Outubro, deu-se a revolta armada no campo de concentração de Sobibor. Alguns prisioneiros conseguiram matar secretamente 11 dos guardas nazi e, embora as mortes tenham sido descobertas, cerca de metade conseguiu abandonar o campo.
A 15 de Maio de 1944, foram mandados 380 000 Judeus húngaros para Auschwitz. O dia 6 de Junho foi o “Dia D”. Os Aliados desembarcaram na Normandia (França), entrando em território francês.
No dia 15 de Agosto, deu-se a libertação da França e da Bélgica. A 7 de Outubro, os Judeus de Auschwitz revoltaram-se e fizeram um crematório explodir.
Os Aliados preparavam-se para esmagar a Alemanha. Os primeiros a chegar a Berlim foram os soviéticos. Com o avanço do exército russo, os nazis evacuaram Auschwitz.
A 27 de Janeiro de 1945, as tropas soviéticas libertaram Auschwitz. As estimativas apontaram para 2 milhões de mortos, entre eles 1,5 milhões de Judeus.
A 30 de Abril, Hitler suicidou-se e, a 8 de Maio, a Alemanha rendeu-se. Ainda em 1945, o Japão foi atacado pela URSS e foi vítima das duas primeiras bombas atómicas, lançadas pelos Estados Unidos da América. Primeiro, a 6 de Agosto, deu-se o bombardeamento de Hiroshima. Depois, a 9 de Agosto, o de Nagasaki. O Japão rendeu-se a 2 de Setembro. A Segunda Grande Guerra chegara, finalmente, ao fim. Tinha provocado cerca de 70 milhões de mortos, a destruição de cidades, caminhos-de-ferro, pontes, estradas, vidas.
Os pressupostos raciais – a supremacia da raça superior
Segundo a doutrina nazi, a raça ariana era considerada a raça superior. Os arianos eram um povo indo-europeu, de quem os alemães se consideravam descendentes puros. Numa hierarquia de raças, os europeus brancos ficariam sempre no topo. Contudo, segundo os nazis, as culturas degeneravam quando se misturavam raças distintas. E acreditava-se que, no sul da Europa, as pessoas eram uma mistura de raças, de europeus com muçulmanos não europeus, do outro lado do Mediterrâneo.
Por outro lado, os europeus do norte continuavam puros. Por isso, a raça ariana encontrar-se-ia melhor preservada nos países do Norte da Europa do que em qualquer outra parte do Mundo. Para o nazismo, o ideal racial era o nórdico louro de olhos azuis. Os europeus de leste seriam uma parte degenerada e inferior da raça ariana.
E o povo superior, o povo alemão, tinha sido enxovalhado pelos povos inferiores, aquando da realização do Tratado de Versalhes. Era chegado o momento da vingança, o tempo de pôr fim às exigências humilhantes de um tratado humilhante.
Porém, passados 65 anos desde o fim da Segunda Guerra Mundial, há algo que continuo sem perceber. Como é possível que alguém como Adolf Hitler pudesse defender a superioridade de uma raça em que ele próprio não encaixava? Uma raça que defende um perfil físico de pessoas altas, louras e de olhos azuis? Precisamente tudo o que Hitler não era. Se isto não é a defesa de um princípio da mais absoluta hipocrisia, então não sei o que seja.
No fundo, o que os nazis defendem é uma superioridade genética. Mas como é possível afirmar a minha superioridade, meramente baseada nos meus genes? Ao pesquisar sobre a raça ariana, encontrei, uma afirmação interessante:
“Se um homem branco tiver um filho com uma mulher negra, qual será a cor da pele do rebento? (na maioria dos casos...);
Se uma mulher de olhos azuis tiver um filho com um homem de olhos castanhos, qual será a cor dos olhos do rebento? (na maioria dos casos...);
Se um homem nórdico tiver um filho com uma mulher latina, qual será a cor da pele do rebento? (na maioria dos casos...)”[1].
Constatei quão simples e curiosas são as respostas a estas perguntas. De facto, se existe alguma superioridade entre raças, e se essa superioridade tem a ver com o “poder” dos genes, então a raça morena, de pele e olhos escuros é claramente superior.
Somos todos humanos, e não mais do que isso. E se eu sou superior a outra pessoa, isso é por causa das minhas atitudes, das minhas capacidades, do meu respeito pelo outro, da minha solidariedade, da minha tolerância. Por isso, acredito que, em termos de superioridade, não há raça mais inferior do que aquela que mata pessoas de outras raças, sem razão plausível, porque não há nenhuma razão plausível. Se alguém baixo, moreno e de olhos castanhos defende a superioridade de uma raça constituída por indivíduos altos, louros e de olhos azuis, mais não faz do que inferiorizar-se e menosprezar-se a si próprio. E foi isso que Hitler fez!
A Solução Final – os campos de extermínio
Os nazis usavam frequentemente eufemismos para dissimular a natureza real dos seus crimes. Sim, o termo “Solução Final” soa bastante melhor do que “genocídio do povo judeu”. Mas era exactamente isto que “Solução Final” queria dizer, aniquilar totalmente uma raça, limpar as terras alemãs do povo judaico, porque eram considerados a raça mais inferior de todas as raças. Os nazis defendiam que os judeus controlavam, exploravam e prejudicavam as economias dos países onde viviam.
Mesmo que isso pudesse ser verdade, continua a não ser razão para os exterminar e também não explica o porquê da perseguição aos homossexuais, ciganos, testemunhas de Jeová, ou a todos os outros grupos minoritários que não aceitassem o regime.
Os nazis criaram campos de extermínio para que os assassinatos em massa fossem mais eficazes. Ouvimos falar em campos de concentração, mas os campos de extermínio eram algo diferente, ainda mais horrível e atroz. Os campos de concentração serviam, principalmente, como centros de prisão e de trabalho forçado.
Muitas vezes, os indivíduos inicialmente detidos nestes campos eram, posteriormente, enviados para campos de extermínio. Estes campos de extermínio eram, quase exclusivamente, campos de morte, como também eram designados (um nome que assenta perfeitamente!). Nestes campos, a morte pairava no ar, a única coisa viva era a morte. O primeiro campo de extermínio foi o campo de Chelmno, em Warthegau (território polaco anexado à Alemanha em 1939), criado em Dezembro de 1941.
O método de execução mais comum nestes campos era o asfixia pelo gás Zyklon-B, utilizado nas câmaras de gás, isto apesar de muitos prisioneiros terem sido mortos por fuzilamento ou outros meios. As autoridades alemãs consideravam os campos de extermínio como ultra-secretos. Para destruir todos os rastos das operações de genocídio, unidades especiais de prisioneiros denominadas Sonderkommandos, compostas primordialmente por judeus, eram forçadas a remover os corpos das câmaras de gás e a cremá-los.
Depois, as cinzas eram enterradas ou dispersas. Deste modo, a famosa “Solução Final para o problema judaico” foi posta em prática nos campos de extermínio, a partir de 1941, onde cerca de metade dos 6 milhões de judeus assassinados no holocausto, foram mortos, sem dó nem piedade.
Os testemunhos
Muitas das memórias que temos do que foi o holocausto devem-se a testemunhos de pessoas que viveram esta realidade desumana e partilharam as experiências daquele período da história. Encontrei um site como imensos vídeos interessantíssimos de pessoas a contarem os seus episódios, as suas histórias do temo do holocausto. Decidi, então destacar alguns desses vídeos e falar um pouco sobre eles.
Os pais de Charlene Schiff eram líderes da comunidade judaica local de Horochow, na Polónia. Charlene era apenas uma criança quando, em 1941, foi obrigada, juntamente com a sua mãe e a sua irmã, a viver num ghetto construído pelos alemães, em Horochow.
O seu pai havia sido preso pelas autoridades alemãs. Ela nunca mais o viu. Em 1942, Charlene e a sua mãe conseguiram fugir do ghetto. A sua irmã tentou esconder-se noutro lugar, nunca mais se soube dela. As duas viveram nas florestas durante bastante tempo, escondidas. Um dia, Charlene acordou e descobriu que a sua mãe havia desaparecido. Assim sendo, teve que sobreviver sozinha.
Como a própria afirma, com lágrimas nos olhos, “quando estamos com fome e completamente desmoralizados, tornamo-nos criativos. (...) Eu comi minhocas. Eu comi insectos. (...) Eu bebi água de poças (...) E comer ratos crus, sim, eu comi. Com certeza, eu queria muito, mesmo muito, sobreviver, porque fiz coisas indescritíveis. De alguma forma eu sobrevivi. Não sei porquê. Mas sobrevivi.”[2]
Benjamin Meed nasceu no seio de uma família judia religiosa. Após a Alemanha ter ocupado Varsóvia, Ben fugiu para o leste da Polónia, que estava ocupado pelos soviéticos. Entretanto, decidiu voltar para a sua família, que se encontrava no ghetto de Varsóvia.
Ajudou pessoas a fugirem do ghetto e fingiu ser um polaco não-judeu. No seu testemunho, ele conta a sua primeira experiência anti-semita, a qual o marcou para a vida. “Lembro-me dos primeiros dia, quando os alemães chegaram.
Foi um desfile (...), onde os alemães vitoriosos marcharam sobre a Polónia. Nessa época, o mundo estava mais interessado em encontrar um pedaço de pão. (...) Alguns camiões chegaram à esquina, não muito distante de onde eu morava, e eles estavam a distribuir pão. (...) Ao olhar para os camiões, os nossos olhos brilharam. Eu estava à espera de conseguir um pedaço de pão e acabei por encontrar um dos meus vizinhos. Ele disse-me “O que é que está a fazer aqui? Isso é pão para os polacos”. Respondi que estava lá por isso mesmo. E, então, ele respondeu-me: “Mas você é judeu”. Esse momento chocou-me muito, nunca irei esquecer.”
Chaim Engel era um prisioneiro do campo de Sobibor. O resto da sua família morreu neste mesmo campo. Em 1943, aquando da revolta de Sobibor, alguns detidos mataram vários guardas alemães, permitindo a fuga de muitos dos prisioneiros do campo. Chaim matou um guarda e conseguiu escapar com a sua namorada, Selma.
O seu testemunho conta, exactamente, esta fuga de Sobibor. “Nós sabíamos que já havia muitos alemães mortos. Já sabíamos o que estava a acontecer. (...) De algum modo, tivemos sorte. (...) Tudo aconteceu de acordo com o plano até chegarmos ao portão principal. As pessoas corriam por todos os cantos. A esta altura, todo o campo sabia o que estava a acontecer. Alguns correram para as minas e foram mortos. Algumas pessoas não correram. Elas desitiram. Esperaram até serem mortas.
Mas as pessoas mais novas e as suficientemente corajosas para correr, fugiram. Então, eu vi o Sargento Franzel com uma metralhadora e ele começou a disparar. Eu queria parar. (...) Pensei que poderia morrer. Talvez houvesse saída. Então, eu puxei a mão da Selma e , de alguma forma, nós conseguimos atravessar o portão.”[3]
A família de Abraham Lewent ficou confinada ao ghetto de Varsóvia. No seu testemunho, Abraham conta as condições miseráveis em que se vivia no ghetto. “A fome no ghetto era tão grande, tão horrível, que as pessoas deitavam-se nas ruas e morriam, as crianças pequenas pediam esmola e, quando se saía de manhã, via-se alguém morto deitado no chão, coberto por jornais. (...)
E todo o dia milhares morriam de subnutrição, porque os alemães não davam nada para as pessoas comerem. Não se podia entrar e comprar qualquer coisa. Se não tinha, morria, e era assim mesmo.”[4]
Alan Zimm foi deportado para o ghetto de Lodz, na Polónia, em 1942, onde trabalhava na distribuição de alimentos. Com o avanço do Exército Vermelho sobre a Alemanha, os prisioneiros foram transferidos para o campo de Bergen-Belsen, em 1945, de onde as forças britânicas os libertaram em Abril desse ano.
Alan conta-nos o episódio em que ele e os outros prisioneiros souberam que estavam livres e as emoções que sentiram nesse momento.
“Às nove horas, o portão do campo abriu-se e podia ver-se ao longe um jipe com quatro militares ingleses. (...) E eles disseram: “Meus caros amigos, (...) de agora em diante, vocês estão livres. Vocês são libertados pelas forças aliadas. E os alemães não têm mais nada a ver convosco.” Estávamos todos a chorar. Foi uma experiência emocionante. É muito difícil de descrever. As pessoas saltavam, abraçavam-se e beijavam-se.”[5]
Comentário ao filme Noite e Nevoeiro, de Alain Resnais
Alain Resnais é um cineasta francês e, no seu filme Noite e Nevoeiro, descreve-nos a realidade dos campos de concentração sem a tentativa de “dourar a pílula”, ou seja, de uma maneira crua e objectiva, não se preocupando com tabus. É um documentário perturbante e muito sensível, na medida em que, mantendo uma voz calma e aparentemente despreocupada, o narrador consegue utilizar a mais contundente denúncia, mas também a ironia e até o humor negro para nos esclarecer, aterrorizar, angustiar e emocionar.
É um tipo de documentário a que não estou habituada, em que uma descrição simples de um campo concentração nos transporta para sítios bem mais complexos. Alain Resnais põe-nos a pensar, mas fá-lo de uma forma subtil. E a verdade é que os campos de concentração foram construídos por cima dos espaços mais simples: “Uma paisagem tranquila, uma planície com voos de corvos, feixes de ervas, uma estrada onde passam carros, camponeses”, subitamente são substituídos por imagens bárbaras a preto e branco de campos de concentração, onde homens, mulheres e crianças são cruelmente torturados, mutilados e tratados como lixo.
Alain Renais não se preocupou em embelezar a realidade. Ela não era bela, nem deve ser pintada como tal. Dá-nos a conhecer um mundo de humilhação, de desumanidade, de indiferença, onde as pessoas são numeradas através de uma tatuagem; onde, “sob o pretexto da higiene, a nudez despe os prisioneiros de toda a sua dignidade, de uma só vez”; onde existem valas atulhadas de corpos, como se de uma lixeira se tratasse. É perturbador a um tal nível, que nem os longos filmes sobre o holocausto conseguem ser. Se o objectivo de Resnais era um documentário repleto de imagens absolutamente inesquecíveis, penso que o seu objectivo foi plenamente cumprido.
Além disso, ao acompanhar as imagens com uma música apropriada, que recorda um pouco o estilo dos filmes de suspense e terror, o efeito ainda é mais marcante. O título é outro dos aspectos intrigantes relativamente a este filme. A noite e o nevoeiro transportam-nos, desde logo, para a falta de luz, quer porque ela não exista mesmo, quer por estar ofuscada. A noite é a morte, as trevas, são os crimes cometidos impunemente.
O nevoeiro expressa de algum modo, o transporte e o despejo dos prisioneiros para os campos de extermínio durante a madrugada, para que não fossem vistos e para que não vissem bem o espaço que os aguardava, e por isso, ignorância dos judeus face ao que lhes estava destinado no futuro. Eles não sabiam bem o que os esperava, não conseguiam ver claramente a realidade e, os que o tentavam, acabavam mortos.
O documentário não podia terminar de uma maneira melhor: ““Eu não sou o responsável”, diz o Kapo. “Eu não sou o responsável”, diz o guarda. “Eu não sou o responsável”. Então, quem é o responsável?”. Excelente pergunta, para uma resposta que também não parece difícil. Criminosos com coragem para matar milhões, como podem não ter coragem para se darem como culpados? O mais curioso é que, de facto, ninguém admitia a responsabilidade.
É como se a guerra nem tivesse acontecido. Onde antes se encontravam os campos de concentração, agora voltaram as paisagens tranquilas e os feixes de erva. Mas a guerra aconteceu. E se não forem os campos de concentração a comprová-lo, são documentários como este, que brilhantemente não nos permitirão o esquecimento.
Comentário ao filme O Pianista, de Roman Polanski
Por alguma razão, há qualquer coisa em O Pianista que continua a atrair-me, como se de um íman se tratasse. É a terceira vez que vejo este filme, e nem por isso se torna mais fácil, menos doloroso, menos apaixonante. Embora sobre o holocausto, não é um filme que nos transporte à realidade dos campos de concentração. Ficamo-nos pela realidade do ghetto de Varsóvia, que nem por isso é melhor. Talvez erradamente, tenho a percepção de que os filmes resultam melhor quando são mais do que uma simples representação dos factos. E este filme é bem mais do que isso. Primeiro, porque o holocausto é uma realidade inesquecível.
Segundo, porque Roman Polanski, o realizador deste filme, viveu ele próprio em plena Segunda Guerra Mundial. Mais especificamente, passou parte da sua infância no ghetto de Cracóvia, onde a sua mãe morreu. Terceiro, porque a história do filme é verídica. Wladyslaw Szpilman conta no seu livro Morte da Cidade as suas memórias do ghetto de Varsóvia, e a maneira como conseguiu sobreviver para contar a história. E foi este livro que serviu de suporte para a realização do filme.
E é esta experiência pessoal de Polanski e Szpilman que torna este filme tão marcante. Só alguém que viveu o holocausto é que pode ser tão cuidadoso quanto a pormenores que fazem realmente a diferença. Não consigo ficar indiferente ao ver um idoso inválido numa cadeira de rodas a ser atirado pela janela só porque não se levantou quando lhe ordenaram que o fizesse (claro que não conseguia), e quando vêm outras pessoas para o ajudar, são mortas com a maior das indiferenças.
Este filme atinge-nos como um murro no estômago, proporciona-nos um sentimento de revolta interior que eu considerava impossível. Costuma dizer-se que “não há bela sem senão”. Fico feliz por dizer que, em O Pianista, não há senão sem bela. Ou seja, também há uma parte muito positiva subjacente a este filme. São situações como o holocausto que quase nos fazem perder a fé na humanidade. Por maior ou menor que ela já fosse, quando vejo o que realmente o homem é capaz, a crueldade que pratica e a sua apatia perante essa crueldade, só consigo pensar que, se possivelmente, o homem é mesmo e apenas isto.
Talvez o verdadeiro homem seja um ser capaz de cometer atrocidades desmedidas, sem sentimento de culpa aparente. Talvez o verdadeiro homem esteja destinado à guerra, a milhões de mortos. “Deixei de acreditar em Deus”, afirmava um judeu no filme. É triste pensar que são os homens que acabam com a fé das pessoas. Contudo, depois aparece uma personagem como o Wilm Hosenfeld, que salva Szpilman e restaura um pouco dessa fé perdida.
Quem sabe, os homens, por mais cruéis que possam ser, ainda tenham qualquer coisa lá dentro, um sentimento de bondade que os leve a agir humanamente; o coração palpitante fala mais alto e são levados num acto altruísta e genuinamente bom que nunca pensariam poder ter. É isto o mais importante neste filme para mim. É verdade que as memórias do holocausto nunca são demais. Mas, perante filmes sobre este tema que contam sensivelmente todos a mesma história, este gira à volta de um instrumento musical – o piano.
O piano é, realmente, um instrumento formidável. Tem aquela capacidade especial de, ao mesmo tempo que entoa Chopin, denunciar barbaridades chocantes. Claro que os dedos talentosos de Wladyslaw Szpilman também ajudam para que isto seja possível. É um filme que requer uma sensibilidade muito característica, que nos leva a sítios perturbadores da nossa mente. Talvez eu ainda não tenha essa sensibilidade. De qualquer modo, é isto o que de mais representativo O Pianista significa para mim. Mais do que um filme, é uma melodia. Uma melodia triste, violenta, atroz. Mas também uma melodia de esperança, esperança no homem, esperança na humanidade.
Sobre a experiência do holocausto – o meu testemunho
No dia 14 de Abril de 2010, houve na nossa escola uma sessão sobre o holocausto. Um historiador veio para explicar este tema e tirar dúvidas aos alunos. Uma colega do 11º ano decidiu perguntar-lhe qual a sua opinião face às teorias que negam o holocausto. Foi uma pergunta que me deu que pensar. Tudo o que sei sobre o holocausto vi em filmes ou em imagens. Ainda assim, eu acredito no holocausto.
Não estava lá para ver mas talvez esta seja só mais uma daquelas coisas que eu não preciso de ver para acreditar. Acredito que houve um momento na história da humanidade em que milhões de judeus foram mortos, sem dó nem piedade, só porque alguém acreditava que se tratavam de uma raça inferior. Porém, há uma parte de mim que consegue compreender o porquê de não acreditar no holocausto.
Não sei muito sobre essas teorias que negam o holocausto e o porquê de o fazerem, mas seria bom pensar que as pessoas que não crêem nesta atrocidade talvez fossem pessoas que têm fé, que têm esperança na humanidade e que não conseguiriam aceitar que o homem pudesse de modo algum cometer uma crueldade conduzisse milhões à morte, que destruísse famílias e arruinasse a vida até daqueles que sobrevivem. Mas não, os defensores destas teorias dizem que o holocausto foi uma ficção, que nada de brutal ou significativo aconteceu naqueles lugares, e isso é tão horrível quanto recordar os nazis quando diziam: “eu não sou responsável!”.
Mas será que devemos ter esperança numa humanidade intolerante, preconceituosa, extremista e violadora dos direitos humanos? Espero bem que sim. Acho que, quando homem deixar de acreditar no bem da humanidade, será o fim. No entanto, e sob pena de a esperança morrer, é bom que todo o mundo ouça a história ( e as histórias) do que foi e dos que viveram o holocausto. Não podemos esquecer este episódio terrível e sangrento da história do homem, temos que recordar aqueles que morreram em prol de uma crença injusta e extremista que só deve servir como lição, como denúncia do comportamento que devemos ter no nosso dia-a-dia.
Pois só mantendo este acontecimento vivo na nossa memória é que podemos evitar que outro igual ou pior venha a acontecer.
Sei que, felizmente, a minha visão do holocausto será sempre mais superficial do que a de um judeu sobrevivente ou a de um soldado combatente na respectiva guerra. Mas se eu sei alguma coisa do que foi este acontecimento cruel, tal deve-se ao facto de haver gente que não admite que ele seja apagado das nossas memórias (e de fazer parte do programa de História do 9º ano!).
São episódios como o holocausto que quase me fazem perder a fé nas coisas boas que o homem pode fazer. O homem tem a capacidade de tornar capaz o que parece incapaz, possível o impossível, imaginável o inimaginável. É pena que ele, constantemente, use esta disposição para o mal. Porém, acredito que, por mais desumano que o holocausto tenha sido, serviu como uma oportunidade. “Não vamos repetir” deve ser o lema a seguir.
Caracterização do valor da tolerância
Quando penso em tolerância, a primeira coisa que me vem à cabeça é, possivelmente, aceitação.(?) Longe disso! Se tolerar for respeitar e aceitar todos os comportamentos do outro, por mais imorais e intolerantes que possam ser, então não há nada para tolerar. A tolerância não é uma atitude passiva perante a indiferença, não é sinónimo de condescendência, apatia ou acrítica perante os outros. Então o que é a tolerância?
Primeiramente, tolerar é reconhecer a liberdade de existir do outro; reconhecer que esse outro possa ser diferente na maneira de agir, pensar, sentir e se relacionar; reconhecer, no fundo, a liberdade incondicional de ser humano. Mais profundamente, tolerar é estar aberto à diferença, disponível para o diálogo e para o raciocínio, para a argumentação.
O filósofo inglês John Locke foi o primeiro a teorizar sobre esta questão da tolerância, colocando a seguinte questão: “Teremos o direito de impor aos outros as crenças que eles devem adoptar e policiar a prática das mesmas?”[6]. A sua resposta é clara e assenta no facto de nós ignorarmos mais do que conhecemos. Aliás, à medida que o conhecimento avança, descobrimos, muitas vezes, que ignoramos o que julgávamos saber. Por isso, ninguém pode impor autoritariamente verdades absolutas, elas não existem. Deste modo, a convicção tolerante define um critério muito interessante: a verdade não se impõe, propõe-se.
E isto sim é tolerância. Não é impor a minha verdade ao outro; não é aceitar a verdade do outro acriticamente. É respeitar a diferença, na medida em que a verdade do outro possa ser melhor que a minha, e possa, inclusive, ser uma fonte de enriquecimento. É também criticar a verdade do outro, se, depois dos argumentos apresentados, perceber nela um comportamento intolerante.
Assim sendo, será possível ser tolerante com o intolerante? Provavelmente não, nem se deve. A tolerância não é passiva, não é condescendência, não é incondicional. Por isso, as atitudes intolerantes, que vão contra a moral dos indivíduos, não devem ser toleradas, na medida em que os argumentos utilizados para as defender não são, de modo algum, concebíveis.
O valor da tolerância é, provavelmente, o mais fundamental da sociedade actual. É este valor que permite a evolução, o progresso, o enriquecimento individual e colectivo. Porque só quando duas pessoas se dispõem a ouvir uma à outra, a trocar ideias e a apresentar seriamente os seus argumentos é que podem chegar a uma condição de entendimento. Sem a tolerância, a humanidade perde o rumo.
Com ela não somos mais um bando de selvagens que lutam pela sua razão a qualquer preço, sem qualquer esforço para percebermos as razões dos outros. É por isso que é tão importante estimular as atitudes de tolerância. Tal pode contribuir para resolver muitos conflitos e erradicar muitas situações de violência. Cabe a cada um nós (não só aos políticos!) espalhar e transmitir a mensagem da tolerância. Só assim podemos contribuir para que a humanidade se entenda entre si, e evite destruir-se a si própria.
Modelos contemporâneos de tolerância
Um dos modelos contemporâneos de tolerância é o multiculturalismo, ou pluralismo cultural. Este modelo defende a diversidade cultural, baseando-se no facto de existirem diferentes culturas, com valores, comportamentos e costumes diferentes umas das outras. Existem várias posições face à diversidade cultural.
Apesar do conceito de multiculturalismo ser relativamente recente, a diversidade cultural não é um fenómeno exclusivo da actualidade. Só que agora, nós assumimos e reconhecemos a diversidade cultural como uma característica positiva da própria natureza humana. Actualmente, já se vai tendo o pensamento de que é na diversidade e na diferença que as culturas ganham relevância. O multiculturalismo é, em primeiro lugar, um facto, na medida em que é inegável a existência de uma multiplicidade de padrões de cultura.
É, em segundo lugar, uma forma de encarar a diversidade, procurando estabelecer possíveis valores, regras e comportamentos que permitam a coexistência das diferentes culturas. Perceber este conceito de pluralismo cultural não é muito difícil se pensarmos em cidades como Lisboa, Nova Iorque ou Paris, onde a realidade multicultural é bastante evidente. Estas cidades são também um excelente exemplo de como é, efectivamente, possível que indivíduos de diferentes culturas possam coexistir num mesmo espaço social, entendendo-se entre si (na maioria das vezes!).
O multiculturalismo defende o direito à diferença. Assim sendo, apela ao respeito e à tolerância, o que nem sempre é fácil. Por este motivo, a diversidade cultural leva, muitas vezes, a conflitos entre culturas, por estas não se conseguirem entender quanto a valores ou normas a adoptar.
Outros modelos importantes de tolerância são o comunitarismo e o liberalismo, que têm gerado vários debates entre si ao longo do tempo.
Quanto ao comunitarismo, este surgiu por volta dos anos 80 e é defendido por filósofos como Charles Taylor, Alasdair MacIntyre e Michael Walzer. Segundo esta concepção, a comunidade e o colectivo são a base da solução para um mundo melhor. Os comunitaristas acreditam que o ser humano só se realiza mediante o reconhecimento do outro e o contacto com a sociedade. Para Charles Taylor, o reconhecimento das diferenças e a defesa da cultura representam metas que transcendem as satisfações individuais.
Por outro lado, o liberalismo, defendido por filósofos como John Rawls e Ronald Dworkin, vê o indivíduo, dotado de liberdade, racionalidade e autonomia, como a chave para um mundo melhor. Ou seja, antes do indivíduo pertencer a uma comunidade, ele é um sujeito com direitos fundamentais que vão para além da própria comunidade. De qualquer modo, quer sejam os direitos individuais ou os culturais que estejam em questão, o objectivo de ambas as concepções é garantir o respeito e a tolerância face aos direitos, face à diferença.
Carolina Curto – 10º4
Filmes a ver sobre o tema:
Noite e o Nevoeiro(1955) de Alain Resnais
Shoah (1985) de Claude Lanzman (documentário)
A Lista de Shindler (1993) de Steven Spielberg
Sunshine (1999) de Istvan Szabo
The Grey Zone(2001) de Tim Nelson
O Pianist (2002) de Roman Polansky
A Queda(2004) de Oliver Hirschbiegel
Sophie Scholl- Os Últimos Dias (2005) de Marc Rothemund
A Leitora(2008) de Stephen Daldry
Alguns Links de interesse :
http://www.ushmm.org/
http://www.yadvashem.org/
http://www.science.co.il/holocaust-museums.asp
http://holocausto-doc.blogspot.com/2007/08/testemunho-de-albert-speer-sobre-o.html
http://dossiers.publico.clix.pt/dossier.aspx?idCanal=1383
[1] http://omeio.blogspot.com/2005/06/raa-ariana.html
[2] http://www.ushmm.org/wlc/ptbr/media_oi.php?MediaId=349
[3] http://www.ushmm.org/wlc/ptbr/media_oi.php?MediaId=893
[4] http://www.ushmm.org/wlc/ptbr/media_oi.php?MediaId=876
[5] http://www.ushmm.org/wlc/ptbr/media_oi.php?MediaId=878
[6] Locke, John – Carta Sobre a Tolerância