terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A vida não tem ctrl-Z.




A vida não tem ctrl-Z. A metáfora que surge a propósito do último trabalho de Paulo Pereira, e que se segue a "Copy-Paste" de há dois anos, vem colocar uma multiplicidade de problemas subjacentes à contemporaneidade, da qual muitos retiram a não-impossibilidade como caraterística mais saliente. Já assim foi nos primeiros anos do século XX, quando ainda se lambiam as feridas no narcisismo Humano causadas pela descoberta das forças do inconsciente. A humanidade de então convenceu-se que nada escaparia ao alcance da técnica e das ciências exactas que a suportavam. Curiosamente, o maior fascínio vinha da Biologia, então ainda jovem e das Ciências Humanas praticamente acabadas de nascer.
Hoje como ontem, também temos de sobra os nossos fascínios tecnológicos e também eles comandam a vida, como diz o poeta. A tal ponto que se impôs ao artista a necessidade deste sublinhado. Ctrl-z. Tão vizinha e próxima de outra função, essa sim radicalmente humana - a memória - e ao mesmo tempo tão estéril comparada com a reconstrução actual de uma fase anterior, ou de um momento passado, pela lembrança. Sublinha-se e elege-se como metáfora de uma contemporaneidade marcada ao mesmo tempo pela impossibilidade de não comunicar e pela virtualidade da realização. Como se cada operação ou fase tivesse a possibilidade de ser revertida. Como se as rotas traçadas e percorridas tivessem volta e um histórico acessível, digitalmente actualizado. É relegada para segundo plano a memória que se alimenta dos dados do passado ocorridos em contexto, e também o projecto, enquanto visão de um futuro contextualizado. A obra que se apresenta é simultaneamente uma síntese e projecto, pelo que deixa adivinhar a partir de diversas ideias plásticas concretas, diversos universos estéticos, por assim dizer de forma simplificada, que conectados entre si, pela autoria e pelo percurso, beneficiam e aproveitam na sua leitura, do elenco fotográfico central. Do ponto de vista da contemplação sente-se clarividência ao percorrer as peças simbolicamente conectadas em múltiplas relações biunívocas, todas elas apresentadas de uma vez, mas temporalmente separadas na sua criação e nos seus contextos.
A expressão humana também não tem Ctrl-z porque a expressão de alguém acontece num dado tempo, espaço e contexto emocional irrepetíveis. É no entanto um belo exercício estético revisitar de uma assentada estações ou estádios do percurso que nos deixam uma sensação de valor de um trabalho contínuo, cuja contemplação é tanto mais satisfatória quanto a educação visual nos permite.


Paulo Lucas

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

2010 – ANO EUROPEU CONTRA A POBREZA E A EXCLUSÃO SOCIAL




A humanidade tem assistido, e parte dela tem beneficiado, dos espantosos progressos científicos. No entanto, ao contrário do que se imaginava anteriormente, nunca se viu tanta disparidade de estilos de vida, tanta insatisfação e, sobretudo, tanta perplexidade diante do futuro do homem.
No panorama mundial, os recentes avanços tecnológicos e o controle destas novas técnicas por uma pequena parcela da sociedade está a gerar uma nova configuração, um novo recorte, no jogo de poder entre as nações. Nota-se a consolidação de alguns países na liderança mundial. Aos outros países, resta o papel coadjuvante de meros consumidores de tecnologia criada pelos primeiros. Isto quando não são simplesmente excluídos do mercado internacional (caso de diversos países africanos).
Num mundo dito tão desenvolvido, em que se melhorou intensamente a qualidade de vida da sociedade, como poderemos explicar o grande paradoxo que faz parte da nossa existência?
As descobertas e desenvolvimento científicos incomparáveis que tornaram a nossa qualidade de vida melhor (saúde, educação..) foram reduzidos a uma parcela ínfima da sociedade, continuando, e cada vez mais, a existir grupos de minorias excluídos do “mundo” onde vivemos, continuando a pobreza extrema a ser uma realidade cada vez maior.
Enquanto alguns países atingem o apogeu de progresso e aperfeiçoamento, outros atingem o apogeu da pobreza extrema. Vivemos num mundo onde numa ponta se morre de fome e na outra se atiram diariamente quilos de alimentos para o lixo. É concentrada demasiada energia a aperfeiçoar uma parte da sociedade, enquanto que a outra parte se deteriora cada vez mais, e é inteiramente irradiada.
Maria João 11º6

2010 – ANO EUROPEU CONTRA A POBREZA E A EXCLUSÃO SOCIAL




A nossa sociedade tem vindo a produzir riquezas e descobertas científicas que contribuem para um desenvolvimento científico notável. Porém, para além da riqueza criada, também se assiste a um agravamento da pobreza, da miséria e da desigualdade social.
Com efeito, o século XX inaugurou uma nova era de desenvolvimento científico e tecnológico e uma nova fase política com a implantação de sistemas democráticos em muitos países do globo, sendo, por isso, considerado um século de artes, letras, ideias e realizações. Estas revoluções da cultura científico-tecnológica trouxeram grandes vantagens e facilidades para uma parte da Humanidade. Como efeito imediato, o forte desenvolvimento tecnológico teve um impacto na qualidade de vida da sociedade ocidental.
Porém, desde essa época, a sociedade, apesar de ávida de alta tecnologia e saber, foi-se tornando também hedonista, deixando que franjas da população vivam na pobreza e em desigualdade social, sem receberem os benefícios de todo o investimento direccionado para o desenvolvimento tecnológico. De facto, quando comparamos o desenvolvimento social dos países ocidentais com os países em desenvolvimento, verificamos uma acentuada disparidade entre a qualidade de vida de ambos. Na verdade, até hoje, o desenvolvimento científico permitiu um aumento da qualidade de vida nas comunidades que o promoveram, mas tarda a chegar à restante população mundial. Em concreto, o progresso tecnológico permite não só a produção exponencial de alimentos que é a única forma de suprir as necessidades alimentares dos mais desfavorecidos, mas também, a obtenção de energia através de novas fontes até hoje pouco utilizadas, como a energia solar, disponíveis em países menos desenvolvidos.
Em suma, assistimos a uma minoria da população cada vez mais rica e, em contraste, uma maioria cada vez mais pobre que não tem acesso a muitos bens básicos. Para combater esta desigualdade, o grande desafio actual é tornar o desenvolvimento científico acessível a todas as sociedades mundiais, possibilitando uma melhoria efectiva da qualidade de vida no nosso planeta.
Beatriz Donato – 11º 5

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

2010 – CENTENÁRIO DA REPÚBLICA PORTUGUESA




Comemora-se este ano o Centenário da República. As escolas são chamadas a participar activamente, não fossem elas o espaço privilegiado em que se lançam as sementes das grandes mudanças, estamos em crer das mudanças que, embora paulatinamente, nos conduzem a um mundo melhor.
Todos nós queremos uma educação que alicerce uma cidadania responsável e um sólido humanismo nos jovens de hoje e nas gerações vindouras. Estes valores foram projectados na educação pelos ideais republicanos.
Assim, convidamos toda a comunidade escolar a envolver-se nas actividades quer da escola quer nacionais, divulgando, participando nos jogos e concursos, usufruindo dos espectáculos, organizando exposições ou palestras ou desenvolvendo outras iniciativas.



http://www.centenáriorepublica.pt/

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

2010 - ANO EUROPEU CONTRA A POBREZA E A EXCLUSÃO SOCIAL


Olho em volta, para lá da minha janela, para lá do horizonte não muito longínquo das minhas lágrimas e vejo o mundo na sua singular pequenez. O meu chá tranquilo vai arrefecendo na fria perplexidade em que mergulhei: Port-au-Prince, Haiti, 12 de Janeiro de 2010.
A Natureza possui uma racionalidade cega, caso contrário manifestar-se-ia de mansinho para não assistir depois a uma cascata de sofrimento e de horror.
O homem, esse conhece a dor e conhece também meios para a evitar ou diminuir. A generosidade humana existe, mas solta-se frequentemente, apenas, quando a desgraça acontece. Haiti, 12 de Janeiro. O mundo enche-se de piedade.
Amanhã o país vai levantar-se com a ajuda do mundo inteiro. Os haitianos voltarão a viver com menos de um euro por dia, voltarão a não ter meios para responder a uma catástrofe futura, voltarão a não ter meios suficientes para tratar as doenças que os afligem e eu voltarei a olhar perplexa pela minha janela para a pequenez do mundo. O meu chá, esse, arrefecerá de todo.
O meu espírito, esse também, soçobra numa inefável dor ou talvez vertigem, pois o paradoxo torna-se por demais insidioso: o conhecimento, a tecnologia, a sabedoria, a ética, a filosofia, a generosidade e a compaixão; porém a pobreza, a ignorância, a vacuidade da vida, a dor, a dor profunda, os caminhos que não permitem andar,..
Apesar da ciência o eixo da pobreza que atravessa a história mantém-se firme.
Os pobres indigentes de todos os recantos do mundo, de todos os recantos da História continuam a arrastar-se pelo tempo, no Haiti, em África, na Índia e ali, do lado de lá da minha janela.
Mas se houvesse alguns gestos, algumas decisões, umas quantas vontades: se acabassem as guerras, se se diminuíssem as agressões ao ambiente, se se encontrassem alternativas energéticas, se se impusessem regras ao consumismo desenfreado, se se considerasse que a educação é um bem inestimável, embora com consequências mediatas, se nos respeitássemos como seres iguais no valor e na dignidade e diferentes na individualidade, o mundo seria melhor. Como se faz isto? Talvez fazendo.
No futuro, que ninguém tenha de pedir, por nós, perdão à humanidade!

Maria da Graça Pratas

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

FEIRA DOS AROMAS – O SABER DOS ODORES


Decorreu nos dias 9 e 10 de Dezembro, no átrio da Escola José Falcão, mais uma Feirinha de ervas aromáticas, que foi dinamizada, como já se tornou habitual, pelas professoras estagiárias das disciplinas de Biologia-Geologia e de Físico-Química e com a preciosa ajuda da professora Paula Paiva, a principal responsável e mentora deste projecto.
Neste encontro com os Aromas, mas também com os sabores, foram apresentados uma ampla diversidade de produtos, desde plantas para fazer o tão apreciado e aromatizado chá, plantas com fins culinários, saquinhos e ramos de alfazema para aromatizar os guarda–roupas.
Para os mais necessitados de relaxação, havia também sais de banho e bálsamos para lábios mais maltratados, que foram feitos pelos meninos do clube de ciências (EXPLORA) que, fizeram questão de ajudar nas vendas da feira.
Além do inigualável e maravilhoso aroma que impregnava todo o átrio da Escola, houve ainda a oportunidade para a oferta de chá e bolachinhas a todos os que por ali passavam.
A feira foi uma alegria, nada restando dos artigos expostos e foi visível o entusiasmo e a genuína satisfação dos muitos que a visitaram e que espontaneamente nos congratularam.
Por isso, para o ano há mais! Mariana Abrantes

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Os jovens e o Empreendedorismo


No passado dia 9 de Dezembro decorreu na Biblioteca da Escola, uma sessão/debate subordinada ao tema: «Empreendedorismo», proposta pela professora Graça João e que teve como conferencista o Dr. Fernando Pedro
Baptista actual responsável pelo Departamento de Formação Profissional da ACIC.
Esta sessão foi dirigida aos alunos dos Cursos Profissionais de Multimédia e teve como objectivo:
-Analisar os efeitos induzidos pelas novas tecnologias na natureza e conteúdo do trabalho;
-Compreender a relação entre a progressiva complexidade do trabalho e a progressiva complexidade de formação;
-Problematizar atitudes face ao trabalho: da inserção burocrática à atitude empreendedora.
Com a presença de 50 alunos e 5 professores, foi uma acção muito dinâmica, particularmente orientada para a correlação entre as novas tecnologias, a necessidade da formação e o empreendedorismo num mundo do trabalho cada vez mais complexificado.
O público presente reagiu com o maior interesse e aplaudiu a actualidade e substancialidade desta iniciativa, deixando o ensejo de que possam realizar-se mais acções desta natureza.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

QUEM QUER VIVER PARA SEMPRE ? " O ´SÉTIMO SELO " DE INGMAR BERGMAN


Indubitavelmente uma obra ímpar em toda a história do cinema, este filme tem mais em comum com as películas da época do cinema mudo do que com a obra cinematográfica produzida na sua época. Visualmente assombroso, este filme transporta-nos na perfeição à Idade Média; não a uma imagem estilizada e estereotipada dessa época, mas antes de um modo cru, verdadeiro e agressivo, como se conseguíssemos evocar o passado comum uma simples recordação nostálgica de algo que nuca presenciámos ou vivemos. Cineasta denso e complexo por excelência, Bergman pretende com esta obra fazer-nos reflectir sobre a existência, sobre a ausência de fé e sobre a relação de cada um com a morte e, consequentemente, com a própria vida. A trama passa-se nos Tempos Medievais, mais concretamente numa época em que toda a Europa se encontrava assolada pelo flagelo da Peste Negra.

É neste contexto que surge o cavaleiro que iremos acompanhar no decurso de toda a fita. É este homem, retornado das cruzadas, desiludido com a vida, desiludido com as convicções por que havia lutado e pela vivência que tinha levado até então; no fundo mais que conformado (e até aliviado em certa medida) com a sua própria finitude. É neste momento de crise existencial e de valores que lhe surgem complexas questões de índole ética e filosófica. Perante a força destas inquietantes dúvidas, surge inevitavelmente o desejo impetuoso de falar com alguém, de se confessar perante alguém (no fundo, perante si próprio). Eis porque o Cavaleiro chega à Igreja e se confessa, e ás suas questões, á própria morte. Desta improvável conversa com o seu próprio fim, surge a proposta e o desafio mútuo de um jogo de xadrez entre ambos. Este jogo de xadrez surge aqui então como uma tentativa de adiar o inadiável, de prolongar o desfecho mais que evidente e antecipado mentalmente por cada um de nós.

De facto, é neste caminho que se percorre intimamente com a morte que este muda a concepção da própria vida; esta busca de uma proximidade com entidades tão abstractas como a Morte; Deus, a Existência; aqui retratados de um modo tão palpável, tão concreto, tão intimo por Bergman confere-lhe e à sua obra uma genialidade incrível, como se o cineasta fosse um visionário, alguém para quem estas entidades fossem não só objecto de admiração pela sua complexidade, mas resposta a todas as questões e problemas que assolam a Humanidade. Por entre outras situações que vão decorrendo, o jogo de xadrez vai-se desenrolando incessante e inexoravelmente, contrapondo à inexpressividade calma e fatalista do cavaleiro, o sorriso irónico e sarcástico de alguém que conhece já o desfecho favorável desta partida, mesmo antes desta começar. A imagem do jogo de xadrez com a Morte permanecerá, quanto a mim, como uma das mais belas e simultaneamente terríveis imagens alguma vez criadas na História da 7a arte. Este requinte metafórico sublime tem valor, a meu ver, não tanto pela subtileza, mas exactamente pela crueza e pela riquíssima carga visual que acarreta em si mesma.



Filme difícil, de dúvida e de questionar tudo aquilo que nos habituámos a tomar como certo. Face à consciencialização individual da evidencia cruel da brevidade humana, a personagem central contrapõe um desprendimento e uma procura do verdadeiro sentido da existência. Uma busca incessante da inevitabilidade daquilo que se encontra para além do real que experienciamos cada dia na nossa vivência terrena. É esta procura de Deus, por um homem já sem fé que a mim me toca profundamente. A necessidade de um Deus real, com respostas concretas a problemas reais e ás dúvidas de cada um de nós. Um Deus que não se manifeste através de "milagres" duvidosos mas por diálogo, um Deus de compreensão e não de castigo, de igualdade perante os homens e não de superioridade. Eis pois, porque este filme é hoje tão, actual como no dia em que estreou, porque as questões que coloca são intemporais e dizem respeito a cada um de nós. O valor deste filme é devido, não tanto ás respostas que nos fornece, mas sim pelas questões que coloca. Obrigatório e indispensável.
Manuel Jorge Pereira nº13 12º2

Cinefalco- Uma experiência que muda vidas...

Perdida, num corredor vazio, de passagem quase inacessível, encontra-se uma pequena porta que dá acesso a um grande mundo: O Mundo do Cinema.
É lá, numa pequena sala escura que decorrem as deslumbrantes sessões do Cinefalco, abrilhantadas pelo entusiasmo, sempre presente, do nosso estimado professor António Luís Ribeiro.
Na escola, a Físico-Química, a Matemática, a Geografia, a História,... ensinam-nos, diariamente, o que necessitamos para construir um suposto futuro bem sucedido, enquanto que no Cinefalco aprendemos a (sobre)viver na sociedade actual.
É o cinema, que tem a poderosa e fantástica capacidade, de através de meios aparentemente simples, transmitir pensamentos profundos, de tornar visível aquilo que muitas vezes não veríamos de outra forma, de nos mostrar aquilo que já não existe, o que existe actualmente e o que ainda não existiu na realidade.
Foi deste modo, que após algumas sessões no Cinefalco, ver um filme deixou de ser uma atitude, passiva para se tornar num privilegiado exercício de interrogação, de procura, de reflexão.
Apesar de as obras apresentadas, dos seus realizadores e dos seus protagonistas serem o ponto fulcral das sessões, toda a essência do Cinefalco se deve, indubitavelmente, ao professor Luís Ribeiro.
Através da sua paixão pelo cinema e pelo conhecimento, mas também por via da sua admirável dedicação aos alunos que se mostram dispostos a aprender, o nosso querido professor consegue enraizar em nós a verdadeira alma de cinéfilos, fazendo-nos voar mais alto e olhar mais longe.
E por todas estas razões de uma coisa temos certeza: aquelas incansáveis tardes de quarta-feira ficarão para sempre marcadas para toda a nossa vida.


Patrícia Abreu 12º4
Tânia Simões 12º8

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Desfile de Cidadania






No dia 1 de Dezembro comemorou-se o Dia Mundial de Luta Contra a Sida, tendo-se realizado no dia seguinte um desfile cujo tema foi: “Ligar as margens, celebrar os direitos”. Nesta manifestação participaram as turmas do 7º ano, num percurso que teve início na Praça 8 de Maio e terminou no Exploratório, na margem sul do Mondego, onde os alunos tiveram a oportunidade de se envolver nas actividades organizadas pelo CAOJ Coimbra – Centro de Aconselhamento e Orientação de Jovens.
Este desfile era encabeçado por dois gigantones elaborados por alunos da nossa Escola e que representavam os preservativos masculino e feminino.
As actividades que decorreram nas instalações do Exploratório incluíam também a representação de uma peça de teatro - à qual os nossos alunos não puderam assistir dadas as limitações físicas do auditório - mas que será reapresentada brevemente nas instalações da Escola Secundária José Falcão.
A participação dos alunos nesta comemoração proporcionou-lhes a aquisição de informação relevante sobre a problemática da Sida, bem como a possibilidade e um convívio mais estreito com os alunos das outras duas escolas participantes: a Escola C+S Martim de Freitas e a Escola C+S Silva Gaio.




quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Memórias da Escrita




A memória constitui-se de traços das experiências vividas, sentidas ou imaginadas.
A memória guarda em seus registros impressões, percepções, sentimentos, projecções, fantasias e afectos que não se desfazem. Há traços que persistem como reais e indestrutíveis funcionando como uma espécie de reserva e protecção. Se o passado não pode ser modificado isto não impede que fragmentos retornem de maneira viva.
Neste sentido, desafiámos alguns professores desta escola a tirar do armário o que estava guardado (livros e suas memórias) e relembrar um passado de leituras que construíram a sua identidade. Seguidamente juntámos a esses “sonhos impressos”, fotografias dum tempo escolar ou de diferentes suportes e utensílios da escrita, projecções de citações da leitura… a fim de criar identificação do visitante com a documentação exposta. Construímos, assim, um cenário expositivo de memórias que fossem partilhadas por todos. O seu nome foi “memórias da escrita” e convidamo-los a visitar na Sala de Exposições do José Falcão.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

A alegoria da caverna

A alegoria da caverna continua a ser actual, o homem continua iludido, a nascer cego, inocente, agrilhoado e ignorante. O Homem continua a acreditar no óbvio, nas sombras, nas imagens pretensamente “reais” que são iguais para todos, continua a sentir-se bem com o seu escasso e falso saber. Quando alguém com um novo saber põe em causa o nosso, agimos como os prisioneiros, de forma rude, atrevida e ignorante.
Os velhos saberes dão-nos segurança, enquanto o novo saber exige trabalho. Para sair da caverna em que todos nascemos, precisamos de termos o gosto pelo saber, a capacidade para nos espantarmos e estarmos aptos para aprender e para caminhar em busca do saber ilimitado.
O caminho é íngreme, rude, cheio de obstáculos, doloroso, tem de ser feito lentamente, progressivamente, e ao longo deste caminho vamos aprendendo valores como a beleza, a justiça e virtude a verdade, que nos ajudam a alcançar o BEM. A aprendizagem é rigorosa e sempre renovada, pois o nosso pensamento está sempre a mudar. O caminho de aprendizagem só tem um sentido, uma vez percorrido é impossível regressar ao ponto de partida: a inconsciência da nossa ignorância.
Quando saímos da caverna percebemos que o Sol é a razão, e que sem ele viveríamos na escuridão do desconhecimento, compreendemos que as imagens, as ideias dominantes e os bens materiais que nos rodeiam são sombras e pensamentos que além de irreais e irrelevantes, só nos transmitiam uma falsa sensação de conforto e segurança.
Ao caminharmos em busca de um saber que nunca nos sacia totalmente, vemos o quanto a nossa sociedade está enganada, iludida, protegida por pensamentos, comportamentos duplicados e falsos, pensamentos que impedindo o espanto, nos levam à imitação irreflectida dos outros, construindo assim uma sociedade em que nos tornamos ovelhas que seguem um qualquer “mestre”, ovelhas que quando sozinhas e face a algo inovador, não sabem como pensar ou agir. Na sociedade cada um deve tentar criar a sua própria visão do mundo, na certeza de que nenhuma deles é completamente “real” e por isso, devemos continuar a fazer o esforço para “ver melhor”.
Mas a nossa sociedade tem como lema: “Eu sou mais se tiver mais”. No nosso dia-a-dia somos bombardeados com doses massivas de publicidade, que nos ilude e nos leva a um consumo disparatado e desnecessário. O homem tenta compensar a falta de tempo para pensar, para conviver em sociedade, a falta de inteligência para bem viver, comprando toda a espécie de bens. A sociedade não parece interessar-se particularmente pela capacidade de pensar e agir, pela capacidade de aprendizagem ou pela inteligência, mas sim pela quantidade e tamanho de bens que cada pessoa tem ou pode ter.
Como bem referia o Dalai Lama, o homem passa dois terços da sua vida a estragar a sua saúde para ganhar dinheiro, e um terço da sua vida a gastar o dinheiro que ganhou para recuperar a saúde que perdeu. É absurdo que as pessoas pensem que para se “ser alguém”, se tenha a ingenuidade de que vivemos sempre, com um tipo de vida que nos leva a arranjar doenças, e que nos faz arrepender quando reparamos que é tarde demais, já só querendo prolongar o tempo de vida e recuperar o tempo perdido. Nós somos aquilo que pensamos e fazemos, não aquilo que vestimos e possuímos.

Na Alegoria da Caverna e no filme “The Truman Show” os protagonistas, os prisioneiros, vivem iludidos com uma vida/realidade que lhes foi criada, têm uma atitude baseada na ignorância, e quando começam a perceber que existe um caminho que os leva à luz da razão, tentam percorrê-lo, apesar das dificuldades e obstáculos que os põem sempre à prova.
Truman, depois de muito olhar à sua volta, acaba por reparar que o seu mundo é demasiado controlado, rotineiro, quando alguma coisa sai da rotina, o seu mundo, programado ao pormenor, é imediatamente “reparado”. Truman, vai descobrindo à sua volta o mundo das “sombras” existentes e programadas por um “mestre”. Truman apercebe-se de que a sua vida não é “sua”, que ele não depende das suas ideias, princípios e pensamentos, o que o leva a iniciar a sua viagem pessoal de procura da liberdade e da razão. Durante o caminho é confrontado com várias perplexidades, pois “Truman nunca viveu, não tem pensamentos, não sabe como é a vida”, mas mesmo assim, tem coragem para prosseguir na busca da verdadeira “realidade”.
Truman, tal como os prisioneiros da Alegoria da Caverna, representam a atitude do aprendiz de filósofo, que vive no mundo de sombras e que aos poucos vai ganhando capacidade de se espantar e de procurar respostas para as perguntas que faz a si mesmo, sendo por isso obrigado a tomar uma decisão: “Caminhar em busca do saber – mesmo sem a compreensão da sociedade a que pertencia - ou ser derrotado pela submissão ao velho e rotineiro saber”.
A meu ver o “The Truman Show” é uma excelente representação do nosso mundo real. Todos nós somos o Truman, aceitamos ter a nossa vida controlada, não só por um “mestre”, mas por vários, os nossos pais, os políticos, os jornalistas, os nossos amigos.
O Homem deve que ter noção do que é, a consciência do mundo que o rodeia. Sim, eu também sou “Truman”, e por isso não quero ser mais uma “ovelha” numa sociedade de “ovelhas”, e por isso me disponho abdicar do enganador conforto e segurança da rotina e ganhar capacidade para me espantar e a coragem para iniciar o sempre difícil caminho de busca do saber e da aprendizagem. Proponho-me continuar a mudar e melhorar o meu conhecimento e candidatar-me aos ensinamentos da escola de Platão.

Ana Rita Monteiro – 10º6

terça-feira, 17 de novembro de 2009

PROPOSTA DE REFLEXÃO

SOBRE A ALEGORIA DA CAVERNA E “THE TRUMAN SHOW”


#O que pode significar, nos dias de hoje, a caverna? E o que poderá ser necessário para sair dela? É possível afirmar que a nossa sociedade, também pode ser entendida como produtora de sombras? as imagens publicitárias, as ideias dominantes, os bens materiais que nos são apresentados como “indispensáveis verdadeiros", sê-lo-ão realmente? Será que a partir da ideia de Platão - que defende a necessidade de deixarmos a aparência do mundo sensível - se pode subentender também a possibilidade de uma crítica ao mundo actual, para o qual o que parece importar é possuir mais ou consumir mais? Pode estabelecer-se um paralelo entre a Alegoria da Caverna e o filme “The Truman Show” de Peter ? E estando no lugar de Truman, como teria agido em circunstâncias idênticas?

RESPOSTAS
A Alegoria da Caverna, pode, nos dias de hoje, ser transposta como modelo de interpretação da nossa sociedade. Pode significar aquilo que nos rodeia, aquilo que vemos, tocamos… ou seja, o marketing, a atitude do consumidor consumista, em suma, pode retratar a nossa relação com o consumismo. Através destas duas ilusões, vamos ficando cada vez mais perdidos no mundo sensível, num Mundo cheio de grilhões e sombras, prisioneiros de nós próprios, porque afinal de contas, nós somos a sociedade. Cada vez mais distantes do Conhecimento, e mais distantes da racionalidade, da inteligibilidade, metemo-nos cada vez mais, num buraco de onde dificilmente sairemos, se assim continuarmos. Depende apenas de nós mudar o nosso pensamento e mudar também a nossa atitude perante a Vida e as questões que nos vão aparecendo. Com auxílio ou não, temos que ser capazes.
Para sairmos desta Caverna, precisaríamos de vislumbrar a luz do Sol para nos apercebermos do quão presos, do quão agrilhoados estávamos. É, contudo, um processo doloroso e lento. Esse novo mundo só está ao nosso alcance se estivermos prontos e aceitar uma realidade diferente, um mundo diferente, vivências distintas. Claro está que, mentalmente, temos que estar preparados para tudo, para o positivo e o negativo, o yin e o yang. Prontos, também, para deixarmos de ter a presunção de que aquilo que nos rodeia, envolve, é inequivocamente real. Não! Por isso, o abandono do Mundo sensível para o alcance da realidade, esse sim, é o desafio mais difícil, aquele que nos põe à prova enquanto seres racionais, o que exige a racionalidade que devemos atingir.
Preocupante é a quantidade de sombras que a nossa sociedade produz, nós somos aliás, essas sombras mais que reproduzidas na utopia de uma inconsciente imperfeição. Somos como que marionetas controladas pela realidade, confundindo-nos com ela própria. Mas não, ela é tão produtora de sombras que produz ilusões até mais não. Afinal, saber que já sei tudo, quando há uma infinidade de coisas a saber e não ter consciência da ignorância, é uma ilusão. Mas há que acreditar que existe outra realidade, como já referi. A de enfrentar o Mundo com frontalidade, até porque temos uma motivação: assim que atingirmos o inteligível, não voltamos mais ao Mundo sensível. No entanto, o paradoxo mantém-se: como podemos nós mudar de postura, de mentalidade, se continuamos a ser comandados e programados como ilusões, como sombras? Muito sinceramente, não sei se tenho resposta inteiramente satisfatória para esta questão. Decerto que a resposta se constituirá como pergunta entre tantas outras, mas na minha ignorância não encontro ainda uma resposta que faça sentido.
É minha convicção que nem tudo o que é racional seja irreal. Porque se assim fosse, a filosofia não viria dar sentido às coisas. Nem tudo o que vemos é irreal, só assim há bom senso. Ainda que esta questão posta pela filosofia abra novas portas, novos sub-mundos filosóficos, novos princípios de escolha, há que estabelecer um equilíbrio entre a realidade e a ilusão. Tem que haver e há. Podemos não lhe tocar, ou seja, pode ser abstracto, mas desde que saibamos e tenhamos a certeza de que realmente existe (ex: sentimentos) , mesmo pertencendo ao Mundo sensível, sabemos que não são ilusão, já que , por mais que avancemos no doloroso processo de aprendizagem, não perdemos este “objecto abstracto”, o que só vem fundamentar o equilíbrio entre o certo e o errado, a ilusão e a realidade.
Pois eu vou aprendendo, vou crescendo, mas não posso deixar completamente tudo para trás, daí a realidade das imagens projectadas na parede. Apesar de nós sabermos que era uma ilusão pura e dura, para os presos, não era. Nada mais era se não a realidade deles, aquilo com que eles se habituaram a lidar e a viver. Mais um paradoxo… Como pode uma coisa irreal ser real? Bom, penso que será pelo hábito, por nos sentirmos confortáveis nas nossas concepções, dão-nos segurança. Todavia, não evoluiremos, não tomaremos consciência da ignorância que tínhamos. As imagens, os bens materiais, os ideais, não são constantemente dominantes, quem o é, é a ilusão.Somos levados ao consumismo através das sensações. No acto de consumir, mais do que adquirir e consumir algo que nos iluda, estamos a ser consumidos pelo consumo, consumidos no acto de consumir. Se, para alguns classificamos tal acto como uma extravagância, é porque presumimos só o fazer de vez em quando. Mas não… Há, constantemente, pessoas que, de tão consumidas pelo consumo, não conseguem parar de o fazer. Para além disso, temos a ajudar o marketing e a publicidade, palavras que em si mesmas definem “ilusão”. Com estas potentes armas sempre prontas a disparar, ficamos ainda mais marionetas do consumo, passando ele a controlar a nossa vontade, e o nosso desejo de consumir. Penso que é da Natureza Humana deixar-nos levar pelas sensações, mas creio que, quando atingirmos o “belo” de Platão, saberemos agir com dignidade.
Incondicionalmente, a principal semelhança entre o filme “The Truman Show”e a Alegoria da Caverna, é a vivência desta ilusão. Enquanto que no filme, toda a história, todos os acontecimentos se centram numa só pessoa, alvo de um esquema maquiavélico, na alegoria da Caverna temos um conjunto de prisioneiros envoltos na mesma ilusão, a de tomar o mundo das sombras, da aparência, pela realidade. No filme de Peter Weir, o artifício é dono de tudo, apodera-se de tudo, encobrindo por completo a realidade. Truman, personagem principal, está programado para não sair da ilha em que sempre viveu, e que, por sinal, é um estúdio de televisão. Mas apesar das escolhas serem dele, todas elas são “pensadas”, para que a série não acabe. É notável como Truman se adapta à sua vida pacata, aparentemente perfeita. Contudo, o desejo de Truman sair daquela ilha é tanto, que acaba por fazê-lo, da melhor porque mais inesperada forma. Para o conseguir, ou seja, para passar da ilusão para a realidade, não teve qualquer auxílio.
Foi através de muitas perguntas, de muitos “porquês?”, que foi conseguindo avançar e vislumbrar um feixe de luz, do conhecimento real. Recordo também os cartazes contraditórios, como os da agência de viagens, que apresenta o paradoxal poster de um avião em risco de se despenhar, e a advertência, “poderia acontecer-lhe a si”. Afinal não é o principal objectivo de uma empresa deste ramo, vender viagens? Claro, mas como não queriam que o Truman deixasse Seahaven, assumem a contradição da situação só para o manterem na sua dourada caverna. O processo de libertação foi doloroso, angustiante, quase parecia conduzi-lo à loucura, mas conseguiu, abandonou tenazmente o mundo sensível e atingiu o inteligível como diria Platão, tendo como motivação a busca do amor de Sylvia, mas também a busca pelo mundo desconhecido, sua obsessão desde a infância.Na Alegoria da Caverna, Platão tenta mostrar-nos a ilusão escondida nas pessoas, como acontecia no “The Truman Show” . Assim que os prisioneiros se começaram a erguer, lentamente, a partir os grilhões, a mexer o pescoço, a andar, começaram a ter a noção cada vez mais crescente, do quão irreal era sua vida e do quão ignorantes eram afinal. O mesmo acontece com Truman, depois de ter percebido em que “realidade”estava inserido, começou a ter consciência das coisas, a ter coragem para enfrentá-las e partiu…
Saber se eu, nas mesmas condições, teria feito o mesmo que Truman? Sendo frontal e directo, se as circunstâncias assim o permitissem, diria, muito sinceramente, que sim. E porquê? Porque sou uma pessoa que não gosta de viver iludido, que gosta de ver os seus anseios esclarecidos, e já me teria questionado sobre o que se passava. E não digo isto por ter visto o filme, digo-o porque é assim que sou, porque tento a cada dia ser melhor, tendo em conta aquilo que me rodeia. No mundo em que o Truman vivia, eu não conseguiria evoluir, e sendo assim, só alcançando a verdadeira realidade é que começaria o processo de mudança. Mas sou franco, se não tivesse tido oportunidades para me libertar do mundo sensível, não teria chegado ao final, ou seja, apesar de não ser uma pessoa que desista, a angústia e o desassossego seriam tantos que se apoderariam de mim, não permitindo que tomasse consciência dos meus actos.
Muitos “Trumans” iremos conhecer nós ao longo da nossa caminhada, em circunstâncias e locais diferentes, mas com o mesmo pensamento e atitude: a de querer visionar o outro lado do Mundo, de abandonar a ilusão em que vivo… Apesar de todo este desejo, será com a filosofia que poderemos procurar as respostas, que podemos ser ajudados no que precisamos e, suscitando mais questões e novas respostas, numa incessante busca do Conhecimento.
Luís Filipe Almeida - 10º5

PENSAR O CINEMA - UM PERCURSO DE INICIAÇÃO À CINEFILIA

Roteiro de Sensibilização :

*A dicotomia original - IRMÃOS LUMIÉRE, G. MELIÉS

*Arquétipos do Mudo - D.W. GRIFFITH, C. CHAPLIN, B. KEATON

*O Expressionismo Alemão - F. MURNAU, R. WIENE e F. LANG

*O “Evil Touch” do “Citizen” O. WELLES

*A Arte na Revolução - O “Couraçado” S. EISENSTEIN

*As cores e Odores do “FILM- NOIR”

*“O meu nome é JOHN FORD e faço WESTERNS”

*O NEO - REALISMO Italiano

*Os “Cahiers” e a “NOUVELLE VAGUE” »» Truffaut, Godard, Chabrol

*“O homem que sabia demais”- o“peso”de A. HITCHCOCK

*“Este homem é do Norte” - a “persona” I. BERGMAN

*Um olhar Japonês - O Samurai A. KUROSAWA

*O (seu) caso Português - Manoel de OLIVEIRA

*"O Cinema Contemporâneo - Alguns Autores”:

- DAVID LYNCH e DAVID CRONENBERG

- MARTIN SCORSESE e JOHN CARPENTER

- JOEL e ETHAN COEN e TERRENCE MALICK

- DAVID FINCHER e QUENTIN TARANTINO

… UM FALCÃO NO OLHAR…!

CineFALCO
Sessões à 4ª feira das 14.30h às 17h na Sala MultiUsos

«Interrogar o cinema, encará-lo na sua totalidade humana, é o que ambicionamos com este nosso trabalho.» ( E.MORIN,in "O cinema ou o homem imaginário")

Falar da nossa relação com o cinema é problematizar a nossa condição de espectadores, ou seja, o modo como o nosso olhar é transformado, porque condicionado pelas particulares condições de produção e recepção do “objecto cinematográfico”, o filme.
Desde cedo considerado como ”fábrica de imagens e sonhos”, o cinema transmite mais do que qualquer arte, a “impressão da realidade”, e esta surge-nos tanto mais forte quanto mais nos esquecermos de que o cinema é um modo particular de olhar, e de fixar este olhar.
O CineFALCO propõe um roteiro de sensibilização para uma “introdução à cinefilia”, isto é, para uma crítica do olhar no sentido em que E.P.Coelho nos diz que, de uma crítica de cinema devemos esperar, "que o crítico nos leve a ver num filme um certo número de aspectos que nos tinham passado despercebidos, e nos obrigue a repensar a nossa própria experiência de espectador;que seja capaz de nos situar o filme no espaço contemporâneo da história, da política, da arte, o pensamento; que os críticos afirmem as suas paixões e participem teoricamente no próprio processo de criação artística, em suma, que pensem e nos ajudem a pensar."
Do que se fala pois, quando se fala de cinema, de que cinema se fala, e que cinema fica por falar, eis o núcleo deste projecto. Se, como alertava Berkeley, toda a gente tem opiniões, mas poucos são os que pensam, o nosso objectivo é o de entender e dar mais amplo sentido à máxima de Gilles Deleuze, o cinema é o pensamento em movimento.

Cineclube da Esc. Sec. José Falcão


Objectivos

Perspectivar um olhar panorâmico sobre os primeiros cem anos da história do cinema.
Caracterizar os géneros cinematográficos mais importantes durante cada período
Conhecer as figuras e as obras mais representativas.
Enquadrar cada um dos momentos, no âmbito dos acontecimentos políticos, sociais e culturais, mais marcantes de cada período cinematográfico.

Metodologia a Utilizar
Sessões com uma duração média de duas horas e meia onde se procederá:

· À introdução e caracterização de cada género cinematográfico/filme/realizador no respectivo período
· À distribuição de material de apoio informativo e crítico para cada sessão
· À projecção em suporte DVD das obras seleccionadas
· Ao comentário/debate final sobre os conteúdos apresentados em cada sessão
«Entramos nas trevas de uma gruta artificial... até que sobre a tela branca uma música dissolva as sombras. Saímos e falamos das qualidades e dos defeitos dum filme. Estranha evidência do quotidiano. Reside nesta evidência, o primeiro mistério do cinema. O que é de espantar é que isso não nos espante.
É uma evidência que “nos entra pelos olhos dentro.” É uma evidência que nos cega.» (E.Morin)

«Pelos meus 17/18 anos, comecei a ler a revista Vértice. Nessas páginas encontrei os meus primeiros mestres, de mário dionísio a óscar lopes. Mas um dia deparei com um longo texto sobre o filme “Um Lugar ao Sol” de George Stevens, que me tinha levado às nuvens. Se o filme merecia tanto espaço ao crítico, não era por causa de Stevens ou de Montgomery Clift, Elizabeth Taylor ou Shelley Winters, que encarnavam o trio de protagonistas. Iluminando o sombrio quarto em que o jovem clift sonhava com um “lugar ao sol”, viam-se néons publicitando o nome Vickers, mostrando que era esse o nome (e os milhões a ele associáveis) muito mais do que a rapariga que o usava (Elizabeth Taylor) quem motivava a paixão do rapaz. Quando este, pela primeira vez, pensara em matar a sua pobre colega como única forma de chegar a E.Taylor, ouvia-se na banda sonora o latir dos cães. E, logo no início do filme, quando M.Clift olhava para o gigantesco poster que anunciava fatos de banho da firma do tio, ouvia-se a sirene de um carro da polícia, assim se ligando o desejo à transgressão. Ora eu tinha visto o filme duas ou três vezes e não tinha visto nada disso. Pensei que o crítico delirava e voltei ao Monumental para tirar teimas. Tinha ele toda a razão, não tinha eu nenhuma. Havia mesmo o anúncio, havia mesmo os cães, havia mesmo o carro da polícia. Na minha vida foi uma revolução. Cinco anos, vira filmes e não vira nada. Tudo estava por descobrir. O mundo que eu julgara de apreensão imediata era um mundo cifrado e, se queria aceder aos seus segredos, tinha de tratar, com urgência, da iniciação. Aos críticos, devo essa difícil mas magnífica caminhada que me fez descobrir que de todas as coisas boas da vida é preciso aprender a gostar. Aprender p/ gostar. e que me tenham confirmado o que pressentia, muito antes, noutras dimensões: que é preciso que exista”o gosto” p/ haver ”o conhecimento” e que se começa sempre por gostar do que não se percebe até se perceber que se gostava porque já se percebia.» (Bénard da Costa)

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

VI Exposição de Espantalhos



O departamento da Cultura de Câmara Municipal de Coimbra, organizou no dia 17 de Outubro a VI Exposição de Espantalhos. A exposição contou com trabalhos realizados por várias instituições do concelho. Na elaboração dos espantalhos foram utilizados vários materiais como roupas velhas, plásticos, chapéus-de-chuva esburacados, pedaços de cordel, etc. . A exposição foi complementada com animação diversa, venda de doçaria tradicional e passeios de burro.



A Escola Secundária José Falcão, participou nesta iniciativa com espantalhos criados pelos alunos das turmas 1 e 2, do 7º ano, e da turma 2, do 8º ano, no âmbito da disciplina de Educação Visual.
Executados com os mais diversos materiais, plásticos, roupas velhas, ráfia, latas, os espantalhos permitiram reevocar os costumes do mundo rural, onde não havia horta na qual o espantalho não estivesse presente!
Para além de comprovar a criatividade dos nossos alunos, esta actividade permitiu o contacto com alunos com diferentes experiências e referências culturais, alargando assim as suas vivências a uma realidade diferente da do seu quotidiano.



Professora - Isabel Ferreira

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

EDITORIAL

O Garras, jornal da Escola Secundária José Falcão, regressa agora em versão on line. Propõe uma edição de actualização mensal de conteúdos, para a qual gostaria de solicitar a mais ampla colaboração dos actuais membros da comunidade escolar, mas também a de antigos professores, alunos e funcionários.

Apesar de se apresentar num formato de blog convencional, não terá essa funcionalidade, porquanto no que concerne aos conteúdos, como no que respeita à estrutura editorial, procurará manter a sua fidelidade às linhas estruturantes da sua versão original ainda em suporte de papel.

Por isso, o Garras irá publicar os artigos de opinião, trabalhos e/ou reportagens, realizados no âmbito da actividade lectiva e extra-lectiva ou com ela relacionadas, com a primordial intenção de assim conferir a maior divulgação e visibilidade ao que de melhor se faz no espaço escolar.

O Garras pretende reapresentar-se como um espaço informativo e veículo de formação, onde se estimulará a reflexão sobre o debate e confronto de ideias, sobre a análise dos temas e questões mais actuais, mas também onde se apresentarão as concepções e críticas mais pertinentes.

Mensalmente serão escolhidos os três melhores artigos, que serão impressos e afixados no placar do Garras, com a designação “aGARRA este Artigo” para exposição e usufruto de toda a escola.

Para saber como participar, poderá consultar a página do Garras em, garrasesjf.blogspot.com, onde encontrará toda a informação sobre o seu jornal de escola.


Contamos com o seu contributo!


O Coordenador Editorial – A. Luís Ribeiro

Participa no Garras

COMO PARTICIPAR!

O Garras terá uma periodicidade mensal, os colaboradores devem enviar o seu material até ao dia 25 de cada mês, para o mail – garras.esjf@gmail.com
Todas as contribuições devem ser apresentadas sob a forma de artigos de opinião, trabalhos ou reportagens, realizados no âmbito da actividade lectiva, extra-lectiva ou com ela relacionadas.

O material recebido será sujeito a apreciação prévia, que determinará as condições da sua eventual publicação.

Ao Coordenador Editorial está reservado o direito de selecção.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Dia para alterações da rotina na escola

No dia 18 de Maio de 2009 foi apresentada na Escola Secudária de José Falcão uma exposição de arte.
O chamado "dia para alterações da rotina na escola" teve por objectivo principal apresentar à comunidade escolar os conceitos artísticos da Arte Conceptual, Land Art e Body Art.

Assim, a actividade concretizou-se com os seguintes trabalhos:

- Escultura a gesso – 9º4
- Teias de aranha
- Leite derramado “CSI”
- “Jardins suspensos”
- "Locais “Interditos”
- “Árvore da sabedoria”
- Portas duplas
- Corda surpresa
- Escultura frontal (fachada)
- E outros trabalhos plásticos
- Pintura do corpo


Estes trabalhos foram realizados em grupos, durante as aulas de Educação Visual dos 8º anos e ultimados no fim-de-semana que antecedeu a sua apresentação. Tive a colaboração de alguns alunos, durante esse período, num número pouco significativo, devido ao facto de terem que se deslocar à escola num período não lectivo.
Foi feita a documentação fotográfica dos trabalhos, tal como é presumível nestas tendências artísticas, uma vez que são trabalhos efémeros.


Na apresentação da Body Artl tivemos a colaboração de alguns alunos do 12º6, na pintura do corpo.
As reacções da comunidade escolar foram previsíveis; em espanto, em questões que levantaram sobre cada trabalho, em criticas apresentadas que demonstraram os objectivos alcançados na sua essência; dinamizar a escola obrigando a comunidade educativa a participar na apresentação dos vários trabalhos plásticos.
Neste contexto, pudemos ainda, inferir que os alunos participantes desfrutaram de uma participação mais dinâmica e divertida que a disciplina de Educação Visual pôde proporcionar.